Frasquilho (esse, sabem quem é, não
sabem?) proclama que o alívio fiscal poderá chegar em 2014. Por acaso eu acho
que não. O alívio chegará em ano de eleições, 2015. A não ser que Frasquilho
esteja a antever eleições antecipadas. O que já devia ter acontecido há muito.
Com troika ou sem troika, Coelho e o seu séquito ficarão
para a História, história neste caso, como o pior governo de Portugal do 25 de
Abril para cá. E se os tivemos medíocres ou pior. Desde o do ente rasteirinho
que agora repousa em Belém até ao do Sócrates teatreiro, houve de tudo para mal
dos portugueses. Por culpa dos portugueses. No entanto, nunca batemos tanto no
fundo, aquele lugar onde se atormentam os mexilhões. Com troika ou sem troika,
Coelho seria sempre um primeiro-ministro de ópera-bufa. Por inexperiência. Por
incompetência. Por convicção. O homem nasceu dos mercados para os mercados.
Respira mercados. Mercadeja-nos ao desbarato, em troco de investimento que não
vem e de negociatas em que é a Pátria que fica a perder.
Catroga, o D. Pintelho, imperador
chinês da electricidade, disse anteontem que Sócrates devia ser julgado. Quem devia
ser julgado era Passos. E Portas. E Relvas. E Gaspar. E Albuquerque. Quando se
forem todos embora, quando derem de frosques para os altos cargos que lhes
ofertarão a título de alvíssaras pelos altos serviços prestados, deixarão um
país mais pobre, um povo mais acabrunhado, um cemitério à beira-mar plantado.
Foi esta a solução mágica, o realismo mágico que a troika e Cavaco e os
mercados e a Merkel - não nos esqueçamos da Merkel - quiseram para Portugal.
Por muito menos, houve um Buíça. Por muito menos, acabaram com o Sidónio.
Sobra-nos um possidónio. Da Silva.
Com paradeiro, o derradeiro, no campo-santo de Belém. Dali não sai, dali
ninguém o tira. Até à exumação do cadáver.
in quatro almas
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