"Cavaco já mandou explicar o porquê da sua alegada oposição à libertação
de Mandela. Afinal, parece que sim, que apoiou uma moção da ONU em prol da
libertação de Mandela mas não apoiou outra que também apelava à saída da prisão
do líder sul-africano. E não foi favorável a esta segunda moção por ela
defender o recurso, se necessário, à resistência armada.
Tínhamos por cá um Ghandi e não
sabíamos. Tragam-lhe o Nobel da Paz, que não é menos do que o Mandela. Ou
canonizem-no.
Se é um ser assim tão pacifista, porque fez a tropa em Moçambique? Porque
aceitou participar numa guerra bem mais injusta do que aquela que pudesse vir a
ser travada pelo povo sul-africano contra o apartheid?
Diz-se também que Cavaco Silva quis proteger a comunidade portuguesa na
África do Sul. Outro argumento que não me convence, até porque votou
favoravelmente uma das resoluções contra o regime vigente naquele país.
Enfim, a política não é assim tão linear e muito menos é coisa limpa.
Aguardemos que os politólogos, melhor informados e documentados do que eu, nos
tragam os seus pontos de vista".
In quatro almas
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