“Ali é chão sagrado, onde os cães marcam terreno. Não pode ser invadido,
conspurcado, violado pela populaça suada, pela ralé mal cheirosa. Lá dentro,
estão uns senhores de fato e gravata e se há excepções são só para asseverar a
regra. Lá dentro, ladram os cães. Cá fora, reina o caos. Lá dentro, redigem-se
leis. Cá fora, vomitam-se impropérios, oh escândalo!, oh heresia!, contra as
instituições dos ladrões e predadores da Pátria, nossas, do povoléu, é que não
são, há dois anos que deixaram de o ser.
Que leva Macedo, que alguns ainda elogiam como democrata e bom ministro -
valha-nos deus!, os disparates que se dizem -, que leva o passarão a clamar NÃO
PASSARÃO, um grito revolucionário que tão mal fica na sua boca?
Vai reforçar a polícia de choque? Pagar-lhes o dobro para que façam o seu
trabalho com denodo e arreiem sem pestanejar? Vai mandar dinamitar as
escadarias? Vai dar ordens para desancar, se necessário matar, todo aquele que
se atreva a pisar nem que seja o primeiro degrau das escadarias?
Mas, oh Dr. Macedo, já reparou que são só umas escadas, uns degrauzitos
de pedra que, ainda por cima, conduzem à merda que por lá abunda?”
In quatro almas
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