“Não
ouvi o Paulo Portas apresentar a sua grande obra sobre a reforma do estado. Não
ouvi porque já não tenho paciência para os ouvir e porque sabia exactamente o
que ia propor. Bastava pegar em qualquer manual rasca sobre neo-liberalismo,
que provavelmente foi o que ele fez com um simples copy-past, e está la tudo. Acabar com o Estado, entregar aos
privados tudo o que possa gerar lucros e distribuir os dinheiro dos impostos
pelas grandes empresas. Claro que para tornar o discurso mais doce deve ter
deixado ainda um pouco de estado social embora abrindo a possibilidade de
concorrência aos privados aumentando-a onde já existe e criando-a de novo onde
os vampiros há muito se babam de desejo, ou seja nas pensões. Como disse não
ouvi mas não devo estar muito longe.
O que
ouvi foi um pouco, quase nada, dos especialistas que, após a apresentação,
foram lançar postas de pescada para a TSF. Sem nenhuma voz critica, aplaudiram
as ideias e até em alguns casos lamentaram que não fosse mais longe. Uma das
bestas até defendia que cada um devia poder escolher o juiz que queria que
julgasse os seus casos. E claro, onde a Constituição atrapalha é preciso
mudá-la.
Não sei
o que cada uma das pessoas que aqui vem pensa dessa famosa reforma, mas na
minha humilde opinião é mais uma desgraça que se vai abater sobre este país.
Não sei o que cada uma das pessoas que aqui vem pensa fazer para o impedir mas
quem tiver ideias que o diga porque é preciso travar isto. Temos de restituir a
dignidade aos cidadãos, temos de exigir que a sua vontade e os seus direitos
sejam respeitados. Não somos ferramentas ao serviço do grande capital e não
vivemos só para o sustentar. Somos gente e queremos continuar a ser e se
possível que cada um pense se está ou não decidido a ser gente mas também cidadão".
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