«Sempre manifestei alguma apreensão quanto à
possibilidade de me filiar em algum partido, por razões muito minhas, mas que
se prendem com alguma aversão à disciplina partidária, que em muitos casos pode
ser impeditiva quando se prende com questões de consciência.
A liberdade individual, segundo a minha consciência,
não é passível de se subordinar a imposições de carácter partidário quando o
que está em causa não são questões meramente políticas.
O caso do referendo sobre a coadopção é um dos casos
onde a disciplina partidária acaba por ser castradora, não só por este ser um
assunto de consciência mas também porque não passa de uma manobra de baixa
política.
Quando penso que um partido político pode “obrigar”
os seus membros a votar num sentido, independentemente da própria consciência
de cada um, e sobretudo constato que é a juventude desse partido que entra com
a proposta da natureza em causa, sinto-me furioso com a falta de valores que é
cada vez mais notória na política partidária nacional.
Desculpem-me os que possam pensar que generalizo em
demasia, mas “a falta de mundo” e de experiência da vida real de bastante gente
do mundo da política, pode ser fatal para o nosso futuro.»
In Zé Povinho
Sem comentários:
Enviar um comentário